Sexo - quem pratica, vive mais
Uma pesquisa sobre sexo nos EUA, denominada "National Health and Social Life Survey" e que foi publicada pelo jornal médico JAMA 1999, revelou que 43% das mulheres adultas norte-americanas relata um ou mais problemas sexuais, pelo menos uma vez na vida. Segundo a pesquisa, 80% das mulheres com menos de 55 anos, casadas ou vivendo em concubinato, declararam que relações sexuais têm muita importância para sua qualidade de vida. Porém, os restantes 20% consideram que sexo não tem muita importância ou importância alguma.
Á pergunta sobre a importância das relações sexuais na qualidade de vida, as mulheres pesquisadas responderam "sim", nas seguintes proporções:
- Mulheres na faixa de 45 a 59 anos: sim, para quase 80% delas;
- Mulheres na faixa de 60 a 74 anos: sim, para mais de 50% delas;
- Mulheres com mais de 75 anos: sim, para mais de 40% delas.
Os resultados indicam que a vida sexual continua sendo um aspecto importante da qualidade de vida em geral, mesmo para mulheres com idades mais avançadas.
"Se considerarmos que, nas próximas duas décadas, quase 40 milhões de mulheres norte-americanas irão passar pela menopausa e que os estereótipos relacionados a mulheres de meia idade estão mudando, é muito importante que os médicos especialistas se preocupem em ajudar as mulheres nessa área da saúde", afirma o médico.
Segundo ele, as principais queixas das mulheres na fase pós-menopausa se referem à perda do apetite sexual, à menor resposta a estímulos sexuais, à falta de lubrificação vaginal, a dores durante o intercurso sexual, à diminuição da freqüência das relações sexuais e a parceiro com disfunção sexual.
"Outro aspecto relevante dessa fase é que as mulheres com maior interesse em relações sexuais antes da menopausa são as que experimentam maior ansiedade, em função das mudanças que ocorrem na saúde sexual delas", diz Michael Born.
Ele explica que alguns dos fatores que afetam as atividades sexuais na menopausa são o processo de envelhecimento, o desempenho sexual antes da menopausa, distúrbios psiquiátricos, problemas psicológicos, elementos culturais, disponibilidade de parceiro, dificuldades de relacionamento e terapia hormonal.
Intervenção médica
O ginecologista, do Departamento de Cirurgia Ginecológica da Clínica Mayo de Jacksonville, na Flórida, diz que alguns fatores levam os médicos a hesitar em assumir o tratamento de pessoas com problemas sexuais - entre eles:
- Falta de treinamento em medicina sexual;
- Pouco conhecimento sobre a importância de uma atividade sexual saudável;
- Pouco tempo;
- Barreiras culturais e de idioma;
- Atitudes pessoais em relação ao sexo.
"Num grupo de 308 pessoas, apenas 14% informou o médico espontaneamente sobre seu problema de disfunção sexual. E 55% só confirmou o problema diante de uma pergunta específica do médico. Isso mostra que as mulheres tendem a não falar espontaneamente com o médico sobre disfunção sexual", conclui o ginecologista.
Ele oferece alguns conselhos aos médicos que buscam criar um clima favorável para abordar o assunto:
- Usar uma linguagem simples e clara;
- Pedir permissão para discutir a saúde sexual (da mulher);
- Legitimar o problema, assegurando-lhe que seus sentimentos são razoáveis;
- Deixar claro que o sigilo sobre tudo que for falado será mantido;
- Dar permissão para falar livremente;
- Fazer perguntas apropriadas;
- Explicar francamente.
O médico deixa claro que, frente a determinados problemas, é melhor recomendar à paciente terapias específicas, se for o caso. Exemplos são sintomas que se arrastam por muito tempo, desde antes da menopausa; problemas situacionais (isto é, não ocorrem com outro parceiro ou em outra situação); história de abuso sexual ou qualquer tipo de trauma; história psiquiátrica, quadros de depressão; ansiedade ou estresse; conflitos nos relacionamentos; disfunção sexual do parceiro.
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